Memórias de viagem: um amor chamado Budapeste

Tentando (pela milésima vez) arrumar as minhas mais de quatro mil fotos, me deparei com a belíssima Budapeste. Sabe um amor? Então, é o que eu sinto por essa cidade.

Sempre tive Londres como a cidade dos meus sonhos, mas Budapeste sempre esteve na minha imaginação. Me lembro, até hoje, o que me motivou a colocar essa cidade na minha lista: um livro, de Chico Buarque, que uma professora de Literatura indicou quando eu ainda estava no ensino médio. Não sei dizer ao certo o que me fascinou tanto a respeito dessa cidade. Alguma coisa na descrição de Chico sobre a cidade com uma língua difícil. Li o livro novamente, 10 anos depois, e percebi que não guardei muito bem na lembrança o enredo do livro, mas fixei a descrição dessa “cidade amarela” que ele descrevia. E é engraçado, pois foi apenas isso que me fez muito querer visitar Budapeste.

Ano passado (2017), exatamente 10 anos depois de ler o livro de Chico pela primeira vez, tive a oportunidade de desembarcar nessa cidade. E que cidade! Cheguei de ônibus, depois de 7 horas de viagem. A paisagem até Budapeste era muito bonita e, por alguma razão, as ruas residenciais pelas quais passamos, lembravam muito o Rio de Janeiro (acho que já era a saudade de casa começando a bater).

Do caminho da rodoviária até nosso apartamento, um Airnb super bem localizado, numa rua bem badalada, não vi muita coisa demais. Mas a cidade tinha um ar que me atraía. Tinha algo naquela cidade que eu não sei explicar. É verdade que o apartamento não era muito bem o que a gente esperava, mas, mesmo assim, aquele lugar tinha algo.

Ao caminhar um pouco pela cidade, só posso dizer que me apaixonei. Foi a cidade em que voltei a ser aluna, em que paguei mico no metrô comprando a passagem do mês (com uma amiga brasileira porque, óbvio, amigos são para essas coisas). Dei calote (sem querer, eu juro!) no bondinho. Vivi momentos de desespero para entregar trabalhos finais. Vi neve em plena primavera europeia e, mesmo assim, me apaixonei por essa cidade.

Me senti rica comprando comida por 2000 dinheiros, num restaurante turco em que o dono falava português. Conheci pessoas muito especiais. Comi noodles tailandês com um mocinho asiático que tinha uma suástica tatuada na perna em pleno bairro judeu (Vai entender!) Comi muito. Muito mesmo.  E descobri que fazer brigadeiro nem sempre é tão fácil assim. Aprendi a falar oi e obrigada em húngaro (szia e köszönöm, caso alguém esteja interessado). Li às margens do Danúbio e me senti em casa.

Budapeste foi minha penúltima parada antes de voltar pra casa e, talvez, seja por isso que ela tenha tido tanto efeito em mim. Foi o primeiro local – depois de um bom tempo – em que eu voltei a ter uma rotina e vi que eu realmente amo esse negócio de dar aulas.

É uma cidade tão bonita, tão cheia de história.

Sempre vou recomendar que visitem Budapeste. Ainda olho as fotos e bate uma saudade grande. É muita coisa bonita para pouca foto.

Visitem Budapeste! Sério! Mas não deem calote no bondinho como eu fiz haha

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