Memórias de viagem: um amor chamado Budapeste

Tentando (pela milésima vez) arrumar as minhas mais de quatro mil fotos, me deparei com a belíssima Budapeste. Sabe um amor? Então, é o que eu sinto por essa cidade.

Sempre tive Londres como a cidade dos meus sonhos, mas Budapeste sempre esteve na minha imaginação. Me lembro, até hoje, o que me motivou a colocar essa cidade na minha lista: um livro, de Chico Buarque, que uma professora de Literatura indicou quando eu ainda estava no ensino médio. Não sei dizer ao certo o que me fascinou tanto a respeito dessa cidade. Alguma coisa na descrição de Chico sobre a cidade com uma língua difícil. Li o livro novamente, 10 anos depois, e percebi que não guardei muito bem na lembrança o enredo do livro, mas fixei a descrição dessa “cidade amarela” que ele descrevia. E é engraçado, pois foi apenas isso que me fez muito querer visitar Budapeste.

Ano passado (2017), exatamente 10 anos depois de ler o livro de Chico pela primeira vez, tive a oportunidade de desembarcar nessa cidade. E que cidade! Cheguei de ônibus, depois de 7 horas de viagem. A paisagem até Budapeste era muito bonita e, por alguma razão, as ruas residenciais pelas quais passamos, lembravam muito o Rio de Janeiro (acho que já era a saudade de casa começando a bater).

Do caminho da rodoviária até nosso apartamento, um Airnb super bem localizado, numa rua bem badalada, não vi muita coisa demais. Mas a cidade tinha um ar que me atraía. Tinha algo naquela cidade que eu não sei explicar. É verdade que o apartamento não era muito bem o que a gente esperava, mas, mesmo assim, aquele lugar tinha algo.

Ao caminhar um pouco pela cidade, só posso dizer que me apaixonei. Foi a cidade em que voltei a ser aluna, em que paguei mico no metrô comprando a passagem do mês (com uma amiga brasileira porque, óbvio, amigos são para essas coisas). Dei calote (sem querer, eu juro!) no bondinho. Vivi momentos de desespero para entregar trabalhos finais. Vi neve em plena primavera europeia e, mesmo assim, me apaixonei por essa cidade.

Me senti rica comprando comida por 2000 dinheiros, num restaurante turco em que o dono falava português. Conheci pessoas muito especiais. Comi noodles tailandês com um mocinho asiático que tinha uma suástica tatuada na perna em pleno bairro judeu (Vai entender!) Comi muito. Muito mesmo.  E descobri que fazer brigadeiro nem sempre é tão fácil assim. Aprendi a falar oi e obrigada em húngaro (szia e köszönöm, caso alguém esteja interessado). Li às margens do Danúbio e me senti em casa.

Budapeste foi minha penúltima parada antes de voltar pra casa e, talvez, seja por isso que ela tenha tido tanto efeito em mim. Foi o primeiro local – depois de um bom tempo – em que eu voltei a ter uma rotina e vi que eu realmente amo esse negócio de dar aulas.

É uma cidade tão bonita, tão cheia de história.

Sempre vou recomendar que visitem Budapeste. Ainda olho as fotos e bate uma saudade grande. É muita coisa bonita para pouca foto.

Visitem Budapeste! Sério! Mas não deem calote no bondinho como eu fiz haha

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Memórias de Viagem: Blackpool e a importância de pesquisar bem um hotel…

A ideia inicial desse blog era a de escrever enquanto estava viajando… Mas, planos mudam, não é mesmo? Mas hoje resolvi dar uma desenferrujada na escrita e colocar pra fora um pouquinho das coisas legais (e não tão legais assim) que vivi. Relembrar é viver, não é isso o que dizem?

Revendo algumas fotos, me deparei com as que tirei em Blackpool. Provavelmente, você nunca deve ter ouvido falar dessa cidade. Eu mesma só descobri esse lugar quando já estava no Reino Unido. 😀

Blackpool é uma cidade que fica na parte litorânea da Inglaterra. Ela é famosa pela Blackpool Tower (que lembra a Torre Eiffel) e por vários cassinos que a cidade possui. É quase uma Vegas britânica (ok, ok… nem tanto).

Pois bem… nossa aventura começa no planejamento. Alguns acham que viajar é, simplesmente, colocar a mochila nas costas e ir sem rumo por aí. Para alguns, essa estratégia pode até funcionar. Mas não é todo mundo que sobrevive a uma viagem com planejamento zero (e nem toda conta bancária rs).

Blackpool é uma cidade de praia e estávamos no auge do inverno inglês, ou seja, baixa temporada e os preços estavam super em conta. Sempre achei a combinação frio e mar linda. Sou daquelas nerds que vai pra praia com um livro!  Vimos várias promoções de hotéis para a região e uma nos chamou a atenção: £60 (um pouco mais de R$ 120,00) por 3 noites, para duas pessoas. Parecia ser uma boa! Lemos alguns comentários de alguns viajantes, vimos algumas fotos, e tudo parecia ser ok. Confesso que não dedicamos um tempo longo lendo todos os comentários, nem fizemos uma análise detalhada do local. Vimos o lugar, achamos a promoção boa, e o hotel tinha uma boa nota no Booking.com. O que poderia dar errado, né?

Mas… como era de se esperar, tudo tem que ter uma certa emoção comigo. Descobrimos, com muita dor, que o barato pode sair beeem caro. Saímos de casa com um frio desgraçado, estava chovendo horrores e o vento gelava a alma. A Inglaterra é fria, mas naquele dia ela estava de parabéns. Quando chegamos na rodoviária, descobrimos que estava tudo atrasado por conta das fortes chuvas (Yeah!). Finalmente, chegamos na cidade e fomos procurar nosso hotel. As fotos no Booking.com e no TripAdvisor eram bem legais. Procura daqui, procura dali. Passamos pela porta minúscula do hotel umas 2 vezes. Quando entramos, o mocinho da recepção estava mais perdido do que a gente. Nos levou para o quarto e, já pelas escadas (não tinha elevador), sentíamos aquele cheiro de mofo. Mas ainda tínhamos esperanças. Quando abrimos a porta do quarto, nossa… que decepção. Um quarto velho, com roupa de cama encardida, cabelos alheios na colcha, um aquecedor que não aquecia nem meus pés. Rolou um certo desespero, porque eu estava com nojo de sentar até na cadeira.

 

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Eu disse que estava chovendo, né? Acho que a chuva deixou tudo um pouco mais trágico. Decidimos que não tinha condições de ficarmos no hotel e procuramos outro lugar pra ficar. Acabamos parar em um Ibis Styles, porque já estava tudo tão frustrante, que a gente só queria deitar e descansar. E ficar andando na chuva não estava tão legal. Foi uma graninha no hotel, mas valeu super a pena. O bom do Ibis, ou de qualquer rede de hotéis grande, é que você sabe o que esperar, pois eles seguem o mesmo padrão em todos os lugares. Ou seja, pagamos mais caro, mais fomos recebidos com caminha confortável, cheirosa e, como era baixa temporada, ainda ficamos em um quarto com vista para o mar.

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Vista do nosso quarto 😀

Desde então, a gente sempre pensa duas vezes antes de fazer qualquer reserva. Não é que precisemos de luxo, mas é que chega uma certa hora que você só quer deitar num lugar limpinho  e confortável. Mesmo para os que viajam sozinhos e ficam em hostels, tem várias opções com preços super em conta e que, com certeza, não te causam repulsa ao tocar nas coisas. Sempre leio todos os comentários, vejo todas as fotos no booking.com, no TripAdvisor. Essa foi uma exceção. Acabei lendo apenas os primeiros e não nos atentamos aos que os outros viajantes disseram sobre o lugar. (Nunca cometa esse erro!) Que fique bem claro que é super possível encontrar lugares bem baratos e super tranquilos de ficar. Viajar não significa deixar um rim em cada lugar que você visite. Eu fico de boa nos passeios baixa renda, opto pelas opções mais em conta,  e sempre tento ver o que tem para fazer de graça nos locais. Mas descobri que, realmente, é melhor pagar um cadinho mais pelo conforto.

Cada um tem seus pequenos momentos de luxo. O meu, definitivamente, é uma cama limpa e sem manchas de sabe lá o quê (ou de quem).

Mesmo com a primeira péssima impressão da cidade, até que não foi um passeio perdido. A cidade é bem bonitinha e foi uma experiência bem legal. Mas a gente deixa essa parte para um próximo post.

Até!

 

Da série: achei fotos perdidas e resolvi postar!

Revendo todas as fotos que tirei até hoje, fiquei impressionada com a quantidade de fotos do Big Ben e das redondezas. Sério! Mas também pudera, né? Como não se apaixonar por aquela torre linda? E toda aquela construção? E a ponte? (Sim, eu sou a louca das pontes!).

Nem preciso dizer que o Big Ben é um dos lugares mais visitados de Londres! E a experiência super vale a pena. Ainda mais se você passar por ali e ainda der a sorte de ouvir as badaladas do relógio. É simplesmente sensacional!

O Big Ben, que oficialmente se chama Elizabeth Tower, faz parte do Palace of Westminster (ou Houses of Parliament ou, simplesmente, Parlamento) e todo o prédio é uma obra de arte. Atravessando a Westminster Bridge – que também tem uma arquitetura linda – você consegue ter uma vista linda desse lugar (E ainda dá pra dar uma chegadinha na London Eye). Mas não pense que você será o único tentando fazer isso! Você provavelmente vai disputar cada cm² com outras centenas de turistas e suas fotos, certamente, terão pessoas aleatórias perto de você!

Pode parecer um programa meio ‘furada’, mas ir a Londres e não visitar o querido Ben, é quase um sacrilégio.

Se vale a pena? Sou super suspeita para falar!

Deixo fotinhas como registro do meu amor pelo Big Ben 😀 Algumas delas são antigas, e tem umas com uns desconhecidos na foto pra mostrar que realmente é cheio! rsrs (Perdoem a qualidade das fotos! :p)

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Uma noite no Museu…não, péra…

Mil anos sem escrever por motivos de: preguiça, falta de criatividade, uma bad profunda por saudades de casa, mudança,  aulas e um tal de CELTA que tem tirado minhas noites de sono. Enfim, fui procrastinando, procrastinando…e eis que, fazendo a limpa nos meus arquivos, encontrei umas fotos do British Museum e do Natural History Museum e resolvi retomar a escrita…

Antes de mais nada, se você está indo a Londres e pretende ficar por lá por alguns dias, esses dois museus são quase que parada obrigatória. Aí alguém pode pensar: “Ah, mas museu é chato! Prefiro aproveitar as atrações ao ar livre!” Vai por mim: o museu britânico e o museu de história natural tem coisas super bacanas e os prédios em que as exposições estão alocadas são uma obra de arte por si só. E ainda tem uma outra qualidade: é de graça!!!

Londres tem uma infinidade de museus, a maioria com entrada gratuita. Se você tem um tempinho ou se gosta de conhecer um pouco mais sobre a história do local que você está visitando, esses museus são duas grandes pedidas. Mas, cuidado: eles são imensos! Você pode tranquilamente passar um dia inteiro lá dentro sem se dar conta disso. Se tiver com tempo curto, fique de olho no relógio! Os dois museus – assim como quase tudo em Londres – são de fácil acesso. As estações de metrô Tottenham Court Road e Holborn são as mais próximas do British Museum e South Kensington (eu acho) é a mais próxima do Natural History Museum!

Deixe de lado esse ‘pré-conceito’ de que museu é chato e dê uma chance para que eles te impressionem! Vale muito a pena!

Algumas imagens do British Museum 🙂

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Com vocês, o Natural History Museum!

 

Até breve! (Assim espero!)

Para Sempre Harry Potter…

“I solemnly swear that I am up to no good.”

Li Harry Potter pela primeira vez quando tinha 11 anos (a matemática da vida é cruel!). E, até hoje, fico encantada com esse mundo mágico criado pela JK Rowling. Hoje em dia, Harry Potter é aquele “porto seguro” para quando tudo o que você mais precisa é apenas esvaziar a mente e relaxar.

E para uma boa fã de Harry Potter como eu…andar pelas ruas londrinas é como transformar em realidade um pouquinho desse universo mágico.

Em Londres é possível fazer alguns walking tours e até mesmo pegar um ônibus até Watford para visitar o estúdio da Warner Bros. Infelizmente, nem tudo é de graça. Ser fã de Harry Potter em Londres pode custar umas boas libras… Mas confesso que vale cada moedinha.

Mas, ainda bem que existem pessoas felizes que criam atrações gratuitas para quem está com o orçamento apertado.

Tem vários lugares em Londres que aparecem nos livros/filmes e que você pode visitar sem pagar nada, como a King’s Cross Station, Piccadilly Circus e o Leadenhall Market.

 

Existem outras locações também e muitas são apenas ruas comuns que aparecem na série. Em King’s Cross, no entanto, você pode tirar foto na plataforma 9 ¾! Tem um carrinho atravessando a plataforma e você pode ter seu momento “Adeus, mundo! Vou pra Hogwarts”. Mas… seja paciente! Sempre tem uma filinha e, se você quiser a foto profissional, prepare-se para desembolsar umas 10 libras por ela. Tem uma lojinha lá também. Nada barata. Mas para quem gosta de colecionar coisas do mundo de Harry Potter, super indico!

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King’s Cross Station

No Soho, tem uma exibição do material gráfico usado nos filmes de Harry Potter. É muito legal e de graça!!! A exibição fica numa loja chamada House of Minalina (26 Greek Street, Soho, London) e vale super a pena dar um pulinho lá. E, logo depois, ainda dá para ir no teatro em que a peça Harry Potter and the Cursed Child está em exibição!

Enfim, tem Harry Potter para todos os gostos e bolsos. É só saber onde procurar. E controlar a carteira para não dar a louca (como eu) e sair comprando todas as canecas, casacos, cachecóis e outras bugigangas lindas de Harry Potter.

 

“Mischief managed!”

Converter ou não converter, eis a questão? – Pensando em dinheiro na Inglaterra…

Dinheiro é sempre um fator importante quando estamos planejando uma viagem. Especialmente, se essa viagem inclui moeda estrangeira. Aí vem toda aquela dor de cabeça: quanto dinheiro eu troco? Quanto eu levo no cartão? Quanto eu vou gastar por dia? Bem, uma coisa eu posso te dizer: não há uma resposta certa para essas perguntas. Tudo dependerá do seu estilo e, é claro, do seu poder aquisitivo.

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Sempre ouvi aquele ditado “Quem converte, não se diverte!”. Posso dizer que na maior parte do tempo, isso é bem válido. Mas aí alguns vão dizer: “£5?!?! Mas isso são, aproximadamente, R$ 25,00. Ah, no Brasil eu compro isso mais barato.” Esse é um pensamento que, normalmente, vem à cabeça de muita gente. Inclusive, já me peguei, várias vezes, me perguntando quanto aquilo seria em R$ (e olha que eu sou péssima em matemática). Mas a questão é que nem sempre essa conversão doida que a gente tenta fazer no meio da rua vale a pena. É claro que se você não tem muito dinheiro para gastar, é natural que queira fazer certas economias. Mas antes de comprar algo, ou se atracar com a calculadora tentando fazer uma estimativa da cotação do dia, é preciso pensar em alguns pontos, principalmente se você estiver de visita aqui na terra da rainha e daqueles bebês reais fofos e bochechudos.

1º: O que você está comprando é comida?

Se você está parado na frente do Mc Donald’s, tentando calcular quanto um BigMac vai custar em R$, simplesmente pare. Uma coisa importante antes de sair de casa é pesquisar quanto, em média, você vai (ou quer) gastar diariamente, incluindo comida e transporte. Ser uma pessoa organizada é de grande valia, especialmente quando você não está planejando parar na porta do consulado brasileiro pedindo ajuda para voltar para casa, pois você torrou todo o seu dinheiro comprando lembrancinha pros parentes. Enfim, tendo essa quantia em mente – e vamos deixar claro que estamos falando da quantia em libras (ou euros, dólares…a moeda que for…vou usar libras, pois é a minha realidade no momento). Bem, com essa quantia diária em mente, veja se o lugar que você quer comer se adequa ao seu bolso. A maioria dos lugares tem o cardápio na porta e fica mais fácil saber quanto você vai gastar num prato de comida. Se o que você pretende comer está de acordo com o que você planejou para aquele dia – seja um BigMac, um Kebab, caviar – vá ser feliz e não converta o valor do seu prato para não ter indigestão. Até porque comida é um item que você não pode riscar da sua lista, a não ser que você tenha aprendido a fazer fotossíntese e consiga viver de luz (se for esse o caso, me ensina, por favor!!!)

Água e comida são duas coisas que não tem como converter, caso contrário você vai ficar louco na rua e desidratado porque não vai querer pagar R$ 5,00 numa garrafa d’água – que custa menos de £1, o que é super barato por aqui. Mas a questão é que você precisará comer ou beber antes de voltar ao Brasil…ou seja…pare de converter, escolha o menu do dia e vá ser feliz.

2º: Você está falando de transporte?

Meu caro, sinto informar mas não há muito o que fazer. A não ser que você queira ir andando para todos os lugares, você vai ter que pagar o transporte de alguma forma… Não, não converta. Se você estiver em Londres, vai por mim: Vale a pena. Esqueça toda o seu histórico de transporte público brasileiro. No final, você vai acabar pensando: “E eu pago R$ 4,10 naquela porcaria de metrô no Rio de Janeiro…”

Se você estiver viajando para outras cidades, a única coisa que dá pra fazer é ver o meio de transporte mais barato. E vai por mim, novamente…vai sair barato. Se você não resistiu e quer converter…vai um exemplo: comprei uma passagem de ônibus para Cardiff (País de Gales), ida e volta, por £6, o que dá mais ou menos R$ 30,00. Com esse valor eu não consigo ir da rodoviária do Rio de Janeiro à casa da minha mãe, em Saquarema!! Se quer economizar, evite os trens. Por mais lindos e charmosos que possam ser, eles são estupidamente caros. E, muitas vezes, pegar um ônibus sai muito em conta. (Gente, eu vou para outro país com £6!!! …não que o Reino Unido seja imenso…mas ainda assim, é outro país.)

3º: Você está falando de passeios?

Quando você vai poder voltar ao Warner Bros Studios para ver o set de filmagem de Harry Potter? Quando você vai poder entrar no Observatório Real de Greenwich e ver o primeiro meridiano? Quando você vai poder andar na London Eye novamente? Preciso dizer mais alguma coisa?

4º: Você está comprando eletrônicos, perfumes ou maquiagem?

Ok, se o seu artigo de compra se inclui em uma dessas categorias, tudo bem, pode converter. A maioria das coisas aqui são realmente mais baratas, mas, dependendo, pode ser que você encontre o mesmo artigo no Brasil por um preço mais em conta ou possa ser que até seja um pouquinho mais caro, mas não um preço absurdo. A questão é que você pode optar por deixar para comprar um desses itens no Brasil e economizar no dindin, podendo fazer um outro passeio que você, definitivamente, não encontrará no Brasil.

Bem, a questão de converter ou não o dinheiro vai depender do que você quer comprar. Se for algum artigo essencial como água ou comida, ou ainda, algum passeio… não converta. Essas coisas você não poderá esperar voltar para o Brasil para comprar e, sabe Deus, quando você vai poder fazer uma viagem assim novamente. Se for algo que você encontra no Brasil e que você pode esperar para comprar lá (aí? Escolha o seu ponto de origem rs), as vezes converter pode ser uma boa ideia, e depois você pode torrar suas últimas moedinhas comprando lembrancinhas em Camden Town. Mas antes de tudo, pense bem nos lugares que quer visitar, no tipo de comida que você estará disposto a comer, o que você pretende comprar durante a viagem. Você não precisa planejar cada suspiro que vai dar, mas ter um bom plano em mente (e um plano B também) ajuda a aproveitar ainda mais cada segundinho da sua viagem, sem precisar andar com a calculadora na mão para todo o canto e deixando de fazer coisas super bacanas que você, acredite, vai se arrepender amargamente de não ter feito quando voltar pra casa.

Have a nice trip! 😉🛫

O primeiro mês na Inglaterra…

“Turistar” e morar em um lugar são dois conceitos bem distintos. Mesmo tendo vindo ao Reino Unido outra vezes, nada se compara à experiência que estou tendo agora.

Nem parece, mas hoje faz um mês que entrei no avião e saí do Brasil sem a passagem de volta comprada. E aqui estou na terra da Dona Beth. E posso dizer que, sim, sinto falta do Brasil. Não da corrupção, da falta de educação, do caos, do calor. Sinto falta do calor humano brasileiro, aquele “jeitinho” acolhedor que, acreditem, só nós temos. Família e amigos também fazem muita falta. E, acreditem se quiser, sinto falta de falar Português!! Falar uma língua estrangeira 24 horas por dia cansa! Meu cérebro começa a dar aquelas telas de “error” do Windows e eu começo a esquecer as palavras. Sério! Ainda bem que existe áudio no Whatsapp e Skype 😀

Mas tirando esses pequenos detalhes…não posso reclamar desse momento que estou vivendo. Inclusive, há alguns pontos que gostaria de compartilhar.

  1. Os ingleses são, de fato, pessoas muito educadas. Todas as piadas que fazem com esse jeito educado do inglês tem fundamento!!!
  2. Tem muçulmanos e chineses/japoneses/coreanos (vai saber?) para todos os lados. Aqui em Birmingham, mulher de burca não é algo fora do comum.
  3. Esse povo ama uma pimenta. E um curry!
  4. Aparentemente, para os europeus, eu sou uma espécie de ET por colocar açúcar no café. Na verdade, por colocar açúcar em qualquer coisa.
  5. Eu também sou ET por detestar chá e repudiar a ideia de beber leite puro.
  6. Mas nada me convence de que os estranhos são eles. Até porque, quem come feijão no café da manhã? Para quem não sabe, o típico café da manhã britânico é composto por torradas, ovo, bacon, linguiça, feijão, cogumelos, tomate e batata. E depois eu que sou estranha…
  7. Não importa quanto tempo eu passe aqui, jamais me acostumarei com o trânsito inglês. Eu SEMPRE olho para o lado errado quando vou atravessar. E quando estou dentro de um carro ou ônibus, fica aquela sensação de que algo não está certo, pois meu cérebro fica registrando que estou do lado errado da pista.
  8. Nunca pensei que fosse falar isso, mas fazer mercado aqui é maravilhoso. Legumes e verduras estão sempre limpos, cortados e embalados para facilitar a sua vida. E é tudo tão barato. Exceto carnes…E aqui é super comum você ver alguém saindo do mercado com suas compras na mão, pois – pasmem! – a sacolinha aqui é paga e faz você pensar algumas vezes se vale mesmo a pena pagar £0.05 por algo que você pode carregar na mão ou colocar no bolso. Ainda sobre mercados…o que são os caixas express em que você mesmo registra sua compra e faz o pagamento? A primeira coisa que veio à minha cabeça quando me deparei com esse sistema foi: “Isso NUNCA iria funcionar no Brasil”. Mas aqui…funciona que é uma beleza. Eu ainda me enrolo na hora de scanear os produtos, pagar e ensacar (ou seja, em todo o processo haha)… mas é bem melhor. Até porque, tem mercados que não há a opção de alguém fazer isso por você…
  9. Por falar em comprar… o que é comprar online? Amo o fato de que você pode comprar absolutamente tudo pela internet. Incluindo alimentos. O que facilita muito a vida, especialmente se você não tem como carregar milhões de coisas sozinha. E roupas!!! Em algumas lojas você pode comprar e, se não gostar, pode devolver o produto e ter seu dinheiro de volta. É simplesmente lindo. E por falar em compras online… sim, eu comprei café pela internet!! Porque, sim, o café daqui é uma porcaria.
  10. E o clima? Tem dias que eu levanto, olho pela janela e penso no dia lindo que está lá fora. Mas nunca se engane com  um céu azul e ensolarado. O look básico do outono inclui óculos escuros e um bom casaco. Sério. Não subestimem o clima inglês. Normalmente, está sempre muito mais frio do que o inverno carioca e sempre tem uma nuvem cinzenta e imensa escondidinha em algum lugar pronta para deixar algumas gotinhas de chuva cair.
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Ruas de Birmingham, Reino Unido. É frio mas é lindo…

Mas de uma coisa eu tenho certeza: viver aqui é bom demais!!!

 

Você não sabe o quanto eu caminhei…

Se você for uma pessoa estranha como eu, provavelmente, deve ter lido o título desse post no ritmo da música do Cidade Negra. E nunca um trecho de música resumiu tão bem um evento na vida. Sim, eu participei de uma maratona!!! Não é piada. É sério! Nunca pensei que essa frase fosse sair da minha boca, mas eu participei de uma maratona! E ainda estou surpresa comigo mesma por ter conseguido esse feito.

Em Londres, o Instituto de Pesquisa sobre o Câncer (Cancer Research UK) organiza maratonas para arrecadar fundos que possibilitem pesquisas que podem salvar vidas. São 36 milhas caminhando pelas ruas de Londres, o que dá 42Km. A  Shine Night Walk ocorre durante a noite inteira. A maioria dos que participam da caminhada são familiares de pessoas que sofrem – ou sofreram – com o câncer. Há também os que vencerem essa doença tão devastadora e outros, assim como eu, que são simpatizantes à causa.

Quando meu amigo me perguntou se eu gostaria de participar da caminhada com a irmã dele e o namorado dela eu disse sim na hora. Antes de saber, é claro, quantos Km equivaliam 26 milhas. Eu passei por um processo de pânico e de “por que diabos eu disse sim?”, mas, no fim, eu sabia que era a coisa certa a fazer. Não apenas porque são pessoas importantes para mim e que, infelizmente, perderam a mãe recentemente, mas porque já estive na posição de “pseudo-pesquisadora” do câncer. “Pseudo” porque estava nos primeiros períodos da faculdade, a qual abandonei na reta final, pois descobri que não era pra mim, principalmente depois de entrar na ala hospitalar infantil com crianças em estado terminal. Acho que nunca fui forte o bastante para isso. Além disso, de alguma forma, participar da maratona pareceu algo certo, pela mãe dos meus amigos, pelas crianças da época do meu estágio, pelo filho de uma amiga e por uma pessoa super do bem que tinha recebido um transplante e que, na semana da caminhada, eu descobri que não tinha resistido. De algum modo, caminhar por 42 Km passou a ter muito mais sentido para mim.

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Shine Night Walk, o início.

E lá estávamos nós esperando a maratona começar. Algumas pessoas estavam beeem alegres. Muito alegres mesmo. Outras mais quietas. Algumas meio perdidas. Mas todos estavam, em teoria, prontos. E assim, por volta de 22:30, começamos a caminhar. A primeira milha foi tranquila. Quando chegamos ao primeiro pitstop (sim, tinha pitstop para salvar nossas vidas) já estava cansada e tentando buscar o motivo pelo qual eu aceitei fazer parte daquilo. Mais algumas milhas se passaram. O cansaço foi ficando imenso e nem aquelas ruas londrinas lindas me animavam.

Aí veio a chuva no meio da madrugada. E o frio. E o meu joelho começou o seu processo de se tornar similar a um balão (hello, tendinite). Em algum momento, no meio da madrugada, eu cogitei seriamente largar meus amigos ali e deitar em algum banquinho de uma praça qualquer. Mas resisti. Queria fazer aquilo pelo meu amigo, pela mãe dele, pelo Caio, pelo Edson… E aí eu comecei a pensar em outras coisas. Em como eu estava querendo desistir só porque estava cansada. Não que caminhar 42Km significasse resgatar alguma vida que se fora. Mas, simbolicamente, caminhar todo aquele percurso representava fazer algo por aqueles que, nem sempre, vão poder caminhar outro Km. E, então, eu parei de reclamar mentalmente e tentei focar em apenas continuar andando.

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Parte da Tower Bridge…Não, não tem foco…
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Vista da Tower Bridge…sim, continua sem foco…

E caminhando madrugada adentro, com frio e chuva, sem sentir mais os meus dedos do pé – que, por sinal, continuam roxos até hoje! – com meu joelho mega inchado, eu comecei a pensar nas outras milhares de pessoas que sofrem com o câncer. Fiquei olhando para todas aquelas pessoas que estavam caminhando com a gente e que carregavam o nome de suas “inspirações”. E fiquei pensando em quantas coisas nós podemos fazer para ajudar e não fazemos. A ideia principal da caminhada era de levantar fundos para pesquisas. E eu sei que nem sempre temos dinheiro para doar.  A vida é dura e a crise econômica está aí. Mas existem outras coisas que custam dinheiro algum. E, muitas vezes, a gente não faz nada porque estamos muito enrolados com nossas vidas. E, aí, nós nos esquecemos que poderia ser com a gente. E que seria bom se alguém tivesse um tempinho na agenda para doar sangue, um pouquinho de plaqueta. A gente fica pensando que se fosse com a gente, iríamos gostar de ter alguém que se dispusesse a ser doador de medula ou que seria legal se aquele fulano tivesse informado aos familiares que gostaria que seus órgãos fossem doados quando ele não precisasse mais deles. A gente fica pensando que, se fosse com a gente, iríamos gostar de receber uma visita no hospital, iríamos ficar felizes por saber que alguém fez algo pela gente. E, assim, vi o dia clarear…

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Ao fundo, Buckingham Palace. (Quase 11 horas de caminhada e vocês acharam mesmo que eu ia pensar no foco da imagem?)

Infelizmente, não consegui concluir os 42 Km. Meu joelho estava muito inchado, o que tornou impossível continuar a andar. Abandonei a maratona aos 37Km, depois de um pouco mais de 11 horas de caminhada, por volta das 9 e pouca da manhã, e, para mim, foi como ter chegado ao final (Só para constar – se eu estivesse no Rio de Janeiro, de acordo com o Google Maps, seria o mesmo que caminhar do centro de Bangu até a praia de Botafogo…só olhar no mapa). Mesmo não tendo ido até o Km 42, meu amigo, o mesmo que fez o convite, conseguiu uma medalha para mim e ela tem um valor muito especial.

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#ShineWalk

Mostra que, mesmo não podendo mais fazer nada pela mãe dele, ou pelo Caio ou pelo Edson, ou pelas crianças do hospital, eu ainda posso fazer algo para os que ainda precisam…seja doando dinheiro, sangue ou meu tempo. Não é preciso caminhar 42km todo dia para fazer a diferença. E, você? Qual vai ser sua maratona?

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Cartão super fofo que eu recebi da equipe da maratona… Aí vai uma tradução express…”Olá, Mariana. Sentimos muito por saber que você quase chegou à linha de chegada. Você é uma vencedora aos nossos olhos. Muito obrigada novamente. Esperamos que seu joelho melhore logo. Use sua medalha com orgulho!”

Londres, minha linda Londres…

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Piccadilly Circus

Não importa quantas vezes eu vá a Londres eu sempre vou ficar com aquela cara de turista embasbacada. Ainda não vi um lugar mais lindo que essa cidade (não que eu seja uma pessoa muito viajada…um dia chego lá!). É muito fácil você se sentir “em casa” em Londres.

É simplesmente um lugar único em que todas as culturas se encontram. Literalmente. Às vezes, acho que estou em uma espécie de Torre de Babel: são tantas línguas diferentes para todos os lados. E, sim, você vai ouvir muito Português pelas ruas londrinas. Principalmente, porque eu tenho a teoria de que brasileiros possuem uma espécie de ímã: eu sempre esbarro em um brasileiro e, sim, tem brasileiro para todos os cantos e eles são facilmente identificáveis – normalmente, são os que estão em grupinhos rindo alto e tirando muitas selfies. Não me entendam mal, eu não estou desmerecendo o nosso povo. Apenas estou mostrando um fato. A gente faz isso e eu me incluo na categoria das selfies e risos altos (eu já me peguei várias vezes tendo que baixar o volume da voz porque tinham algumas pessoas olhando para a minha cara…).

Além da evidente diversidade cultural, andar pelas ruas londrinas é como passear por um livro de História… mas não aqueles livros chatos de escola. A cada esquina você se depara com um pedacinho da história do mundo. E para mim, particularmente, é sensacional andar por alguns lugares e saber que aquele foi o cenário de algum livro que já li. Inclusive, andar em qualquer lugar pela Inglaterra me faz perceber que eu realmente prestava atenção às aulas de Cultura e Literatura Inglesa que tive na faculdade.

Nem sempre dá para apenas andar de um lugar ao outro. E para isso… metrô!!! O que é o metrô londrino? É realmente muito bom chegar a, praticamente, qualquer lugar de um modo prático e rápido. Tudo bem que, às vezes, ficar no metrô implica que você vai suar igual a um porco. Afinal, a vida por aqui é um eterno “pega casaco – bota casaco – tira casaco”. Os ônibus também são ótimos. Nada é mais charmoso que o Red Bus. Mas o trânsito é caótico! E para os que me conhecem, sabem que o Uber fica sempre no meu top 5 (1?) de opções de transporte. E, aqui, acreditem, também é possível! Dependendo de onde você está indo, especialmente se você estiver com amigos, o Uber pode ser uma opção!!! É muito barato. E enquanto no Brasil ficam de mimimi com o Uber, fazendo com  que os motoristas tenham que se esconder, aqui os carros têm até plaquinha de identificação e há até a opção de chamar um taxi pelo aplicativo do Uber. Ou seja, taxistas brasileiros: parem de ser chatos!

E a arquitetura? Eu ficaria horas, sem problemas, olhando para cada prédio dessa cidade. Especialmente para o Big Ben e Houses of Parliament. Eu acho que devo ter, no mínino, umas 200 fotos só do meu querido Ben. O que eu posso fazer? É meu crush londrino.

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Big Ben à noite (resolução péssima, não reclamem rs)

Falando em crush…eu realmente amo a pessoa que pensou nos turistas e fez com que colocassem no chão setinhas que salvam vidas ao te dizer para que lugar da rua olhar antes de atravessar. Isso é genial e eu sou muito grata à essa pessoa.

Apesar de Murphy andar sempre comigo (infecção alimentar e problemas com a água…yupiii…só que não), a vida por aqui não está sendo nada chata…

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London Eye

Fazendo as malas…

Nunca fui uma pessoa de carregar só o “essencial”. Sempre fico pensando no “e se?”. E se acontecer isso? E se acontecer aquilo? Normalmente, essas situações nunca acontecem, mas melhor prevenir do que remediar, não é mesmo? Por isso, minhas malas sempre foram imensas…

Mas dessa vez eu não queria levar minha casa inteira – e nem podia… Então, vi 305 mil tutoriais de como arrumar a mala. Aprendi muita coisa, pra falar a verdade. Uma delas foi uma super dica de organizar uma mala para 15 dias. Se a gente repete roupa no nosso dia-a-dia, por que não repetir roupa quando viajamos? (Acreditem, isso não é óbvio para todas as pessoas) Também achei super pertinente a dica do saco à vácuo. Foi uma verdadeira revolução na minha vida, principalmente para fazer casacos de inverno imensos se tornarem bem pequenos (e tem sacos que nem precisam de aspirador de pó!!!)

Até aí, tudo bem. Você tem toda uma ideia linda planejada na sua cabeça. Mas você precisa colocar tudo em prática. Aí é que entra o desespero. Porque, sim, Murphy faz hora extra comigo, e tudo acontece. Mas, graças a Deus, amigos estão aí para te ajudar nos momentos mais difíceis da sua vida, inclusive, lavando a sua roupa porque, é claro, a água tinha que acabar na sua casa na véspera da sua viagem.

Passada a leve crise histérica inicial, você, de fato, começa a colocar as roupas na mala. Tudo bem que você deixou em cima da cama só o que precisaria para os “15 dias”. A questão é que você olha para aquele mundo de roupas e depois para a sua tímida mala (que de tímida não tem nada, pois ela é rosa pink e imensa) e a realidade te estapeia na cara: não vai caber! Você aperta daqui, aperta dali…chama sua amiga que, às 3h da manhã, está literalmente deitada na sua mala para tentar fechá-la. E quando, finalmente, a fecha…vai pesá-la e…tcharam…você excedeu – e muito – o limite de peso permitido. Você quer chorar, espernear, dá a louca e levar só sua mala de mão.  E, às 4h da manhã, vencida pelo cansaço, você começa a tirar todos os “e se?”s da mala. Tira aquele casaco que você não usa, e que sabe que não vai usar nunca, mas, vai que? Tira aquele livro que, sabe Deus o motivo, você colocou na mala, ja que você tem um Kindle. Você tira o excesso e começa a perceber que, por qual motivo, causa, razão ou circunstância, você está levando umas coisas que, de boa, você não vai usar?

Na verdade, você começa a perceber que o problema é que a gente quer estar preparado para tudo. Quer ter todas as soluções para todo o tipo de coisa que possa acontecer.  Só que, às vezes, não é possível carregar tudo. E a gente começa a desapegar. E percebe que não dá pra ter medo do que vai acontecer. A gente precisa aprender a se adaptar, a se reinventar. E, para isso, é preciso haver espaço na mala. Não sei em que momento isso se tornou um post de auto-ajuda (risos), mas a verdade é essa. A gente precisa aprender a não ter medo dos “e se?”s da vida, do inesperado.ursinho

E, depois da mala fechada e daquela sensação de dever comprido, não se espante com as lágrimas que virão. Sim, elas virão, a cada amigo que você abraçar, a cada mensagem de boa viagem que você receber, ao sair de casa, ao se despedir da família, ao se perguntar se não está fazendo besteira, ao entrar no avião e descobrir que seu assento foi alterado e você está numa cadeira beeem mais confortável do que aquela da classe econômica (Murphy, de vez em quando, faz um break pra fazer um pipi). Seus amigos vão olhar pra você e vão mandar você parar de ser chorona (o que é meio impossível), mas você sabe que o choro é de felicidade. Mesmo com uma mala mais vazia, que ainda assim parece que está carregando um corpo dentro dela, você sabe que está pronta (talvez) para o que vier pela frente. Mesmo que para responder que no Brasil se fala português e não espanhol (fomos colonizados por Portugal, galera!), pra falar sobre a adaptação à uma cidade tão grande (gente, vocês já viram o tamanho do meu país?). Enfim, você percebe que fez bem em deixar algumas coisas para trás, em repensar seu catálogo de soluções imediatas, em não ter medo de se arriscar. Até porque, onde você colocaria as coisas novas que ainda tem pra viver nessa jornada?